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domingo, 2 de julho de 2023

Bar Casa Velha

 Lembranças do passado...


Em meados de 1982 tive minha primeira experiência profissional na adolescência. Comecei vendendo picolé da sorveteria de Jurandir, localizada  na entrada da COHAB velha, a experiência não foi lá das melhores, pois devido a minha pouca idade e falta de experiência, alguns meliantes chupavam o picolé e não pagavam daí ao prestar contas, a maioria das vezes ficava no prejuízo. Outrora fui vendedor na mercearia de Seu Zuza, localizada atrás do mercado, trabalhava apenas aos sábado, dia de muito movimento na feira livre. À tardezinha, após degustar uma cajuvita com pão com salame, recebíamos a diária, coisa boa! saíamos felizes, de "bucho cheio" e com uns trocados no bolso, não era muito, mas o suficiente para suprirmos algumas necessidades. Essas foram às primeiras experiências no comercio.

Também trabalhei de jardineiro por alguns anos na casa de fazenda de Dona Acidália, a qual nos ajudou muito, consideravamos como uma mãe. Contudo essa história dedicarei um capítulo especial, pois merece um pouco mais de dedicação.

Todavia foi enquanto pegava carrego na feira livre de União,  que conheci Hélio,  proprietário do Bar Casa Velha, localizado na fazenda onde hoje dá lugar ao condomínio Sueca. Certa vez, quando pegava carrego na feira, fui abordado por Hélio, que toda sexta feira às 6h da manhã costumava fazer as compras para    o “Bar Casa Velha”, lembro como hoje: o carrinho vinha repleto de todos os tipos de verdura, além de  rabadas de boi,  picanha e mamilo. Aquele era o carrego preferido, pois ele pagava dobrado o carregos para entregarmos a sua feira em total segurança. Após conquistar a confiança do empresário, fui convidado a ajudar no bar nos finais de semana, em troca, ganhava um trocado extra.  A “Casa Velha tinha um público cativo dos bancários e comerciantes, na época cosiderados a "elite de União". Toda as sextas e sábados a casa ficava cheia, não faltavam as "louras geladas" nem as caninhas com limão  acompanhadas um caldinho delicioso, além de rabada de porco ou de boi, ou ainda o prato da casa: mamilo assado na brasa. Uma delícia!

Certa vez,  na copa de 82, estava um pouco  cansado, pois em dias de jogos o movimento era dobrado, não parávamos. Quem não lembra do penalt perdido pelo camisa 10 da seleção, Zico!  Eu me lembro muito bem, pois no momento estava servindo as mesas, quando, "murmurei em voz alta": VAI PERDER! Depois gol perdido pelo o craque Zico, a galera se aretaram e me deram um banho de cerveja,  e ainda leivei uma bronca do patrão. Depois disso prometi a mim mesmo que só voltava no Bar Casa Velha como cliente, a fim de comer um mamilo assado.  Demorei, mas após algum tempo voltei, e conforme havia prometido, retornei como cliente.  Sentei a mesa em baixo do pé de manga, tomei uma coca cola de litro e degustei com uma satisfação um delicioso mamilo assado na brasa, tomei um banho no chuveirão, paguei a conta e mim despedi de Helio Casa Velha.

Por Joaquim Maria

 

 

sábado, 4 de junho de 2022

Zé Claudino, o bom malandro.

 Lembranças do Passado...

Eu estudei entre os anos de 1976 e 1979, no Colégio Santa Maria Madalena, na época; o único colégio particular da cidade; frequentado pelos estudantes de classe média da região e alguns estudantes bolsistas.

Na sétima série, chegou um novo aluno na minha sala. Era um negro baixo e gordo, muito mais velho do que a maioria dos alunos da sala por nome de José Claudino da Silva Filho, tendo o pai o mesmo nome e a sua mãe chamava-se Benedita; e que residiam na Rua Legião Brasileira (como ele mesmo dizia), quando alguém se referia ao logradouro como “atrás do mercado”. De família humilde, Zé Claudino frequentava a escola com uma bolsa doada pelo diretor, o Sr. José Correia Viana.  O pai sapateiro e mãe doméstica viviam na labuta diária com mais três filhos, sendo mais um homem e duas mulheres.

Logo se enturmou e era amigo de todos, pois sabia cativar as pessoas com o seu esplendoroso senso de humor, que fazia com que todos gostassem de ficar perto dele. No recreio, depois do lanche, os mais chegados, se reuniam em torno dele para ouvir mais um sessão de piadas e causos.  A zoeira era total! E só acabava quando tocava a sineta para voltarmos à sala de aula.

O “Negão”, como eu o chamava era muito boa gente. Gostava de aguardente e de um “baseado”, mas bem reservado. Curtia o “barato” dele sem mexer com ninguém.  Mas gostava de aprontar com os amigos.

Às sextas-feiras, à noite, nas biroscas e banca de feras ao lado do mercado municipal, várias pessoas iam comer o delicioso sarapatel, degustando uma cachaça temperada, com ervas e frutas da região.

Conta-se que certa vez um estudante de medicina, trouxe para casa, uma orelha humana para fins de estudo. Chegando em casa ,deixou os livros e foi, como de costume, comer um sarapatel e sorver algumas doses de aguardente, jogando conversa fora e, com ele levou a orelha. Aproveitando a distração, Zé Claudino retirou a orelha do bolso do acadêmico, cortou em pequenos pedaços e misturou ao sarapatel que fora servido pela proprietária do estabelecimento comercial. Todos que estavam ali comeram da inusitada iguaria, mas dessa vez reclamando que tinha alguns pedaços que não teria cozinhado direito.

Depois de muito sarapatel com cachaça, o futuro médico deu por falta da orelha e começaram a procurar enquanto o sacana do Zé Claudino, às gargalhadas dizia: Vocês comeram a orelha do defunto!

Não sei a explicação que o estudante deu ao seu mestre sobre o paradeiro da orelha, só sei que naquele dia vários dos participantes da farra, passaram a noite colocando o dedo na goela, para regurgitar a iguaria escabrosa.

Foram muitas estórias com esta em que contamos com a participação do bom malandro Zé Claudino, sobretudo porque a amizade dele perpassou os muros do colégio.

Com a família, mudou-se para Maceió. Neste período, envolveu-se com drogas e com o tráfico e depois soubemos com muito pesar do desaparecimento dele. Não sei ainda informar se encontraram o corpo para fazer um sepultamento digno

Sinto saudade do amigo Zé Claudino, o cara que era tão bem humorado que ria da sua própria situação. Da falta de dinheiro, da desordem da sua casa, do extremo nível de pobreza. Este era Zé Claudino, o bom malando.

Joaquim Maria


sábado, 21 de maio de 2022

BANHOS NO RIO MUNDAÚ

Lembranças do passado

Por Joaquim Maria





De rio caudaloso e limpo a um depósito de esgotos e detritos provenientes das casas e da agroindústria canavieira; hoje o nosso Rio Mundaú se convalesce, destinado a morrer pelo abandono e a ganância dos homens.

O rio nasce na cidade de Garanhuns no vizinho estado de Pernambuco e em Rocha Cavalcante, recebe as águas do Rio Canhoto, que banha a cidade de São José da Laje e segue seu martírio até desaguar na lagoa de mesmo nome, na nossa capital.

Tenho lembranças dos passeios, banhos e pescaria nas águas límpidas do nosso Mundaú. Nas suas margens, a mata ciliar servia de proteção. Tinha árvores nativas como a ingazeira; pois além de dá os seus frutos; uma vargem que contém uma polpa, de textura macia, envolta numa semente; branca e de uma doçura inigualável; e que também bondosamente nos cedia a sua sobra, para nos livrar dos raios mais quentes do sol.

O povo se servia das águas do nosso rio para os momentos de lazer. Nos fins de semana muitas pessoas chegavam à beira do rio. Era um verdadeiro mar na nossa cidade de tão grande que era o volume de água. Quase embaixo da ponte, próximo ao centro da cidade, tinha a pedra do jacaré; aonde a maioria das pessoas iam se banhar. Na época mais seca, os colegas jogavam bola no “areião”, ilha que se formava no meio do rio, o que era um privilégio para a garotada da Rua da Ponte e Jatobá; os maiores freqüentadores do campinho improvisado de verão. Mesmo assim, na seca; a água continuava a correr forte e veloz por toda a extensão do rio.

Tomei muitos banhos na Terra Cavada, Ilhota, Cabral, no Choque, nomes de algumas praias do nosso velho rio.
Outro fato importante era a quantidade de peixes e crustáceos que existia no Mundaú. Tinha acaris, piabas, jundiás, carás, traíras, camarões, pitus; que era uma espécie de camarão de grande porte e de casca mais resistente, sendo um dos pratos mais requisitados e caros da culinária ribeirinha. Atualmente os peixes praticamente acabaram.

Muitas famílias da nossa cidade tiravam o seu sustento das águas do grande rio, com a venda e o consumo dos peixes.

Infelizmente o Rio Mundaú está morrendo. Já não tem a mesma força de outrora.  A poluição tomou conta daquele que era o berço de vida e também de lazer para o povo palmarino.

sábado, 30 de outubro de 2021

A Avenida de União dos Palmares

Lembranças do passado...
Por Joaquim Maria

Avenida Monsenhor Clóvis

Na minha infância, eu me dedicava aos estudos e costumava passar meu tempo livre, na Avenida Monsenhor Clóvis Duarte, principal artéria de União dos Palmares, em companhia dos amigos. Nesse tempo a nossa maior diversão era ficar azarando as meninas que passava por aquele logradouro.

Tudo acontecia ali. Era uma festa um fim de semana na avenida. Quem saía de casa e caso a mãe perguntasse onde o filho ou a filha estava indo, a resposta vinha de imediato: “avenida”. Acho que até hoje é assim.

É um lugar democrático onde as famílias costumavam passear, mas era predominantemente um lugar de jovens. Se você quisesse está por dentro das notícias ou “ser” a mesma, era só frequentar o lugar.

Na avenida encontrávamos pessoas interessantes e frequentadores assíduos, como Messias, mais conhecidos por “papa cachorro”; apelido colocado pelas pessoas, por ele está sempre na companhia desses animais.

Messias, todo mundo em União conhecia. Era sujeito moreno, de estatura mediana, aparentemente sem família, morador de rua, que sofria das “faculdades mentais” e que também frequentava a tão famosa avenida. Ele viva à base de remédios, gargalhando pela cidade, quase sempre sujo, rodeado pelos seus amigos caninos.

Quando Messias passava e alguém gritava “papa cachorro”, logo era abordado pelo furioso sujeito e desafiado à briga. “Tá debochando de mim, cachorrinho?!” Era a mesma indagação. Em alguns momentos, Messias partia para a agressão física com pedras e/ou paus.

Mas mesmo neste momento quando alguém partia pra cima dele, fingindo que iria dá-lhe uma surra; ele se esquivava e saía de fininho; sempre resmungando e dizendo palavras às vezes incompreensíveis. Apesar da zombaria, era tudo muito engraçado.

Depois de muitos anos, não tive mais notícias de Messias, acho até que já faleceu. Mas ele será sempre lembrado pelos moradores da nossa cidade.

sábado, 7 de agosto de 2021

OS CARAS PRETAS

Histórias da política palmarina: 

Em União, saíram “Os Caras Pretas” e hoje, a grande maioria dos políticos da nossa cidade são “Caras Pálidas”. Políticos sem ideologia, sem formação política, sem compromisso e SEM VERGONHA NA CARA.




Quando assumiram o poder em 1964, os militares para restringir as articulações políticas da oposição, extinguiram o pluripartidarismo, em 1965, pelo ATO INSTITUCIONAL NÚMERO DOIS e ATO COMPLEMENTAR NÚMERO QUATRO, estabelecendo o Bipartidarismo no Brasil, deixando os outros partidos na ilegalidade,

Foi então que surgiram a ARENA (Aliança Renovadora Nacional) e o MDB (Movimento Democrático Brasileiro), partidos que definiam a situação e a oposição.

Em União, como em outras cidades; esses dois partidos eram muito bem divididos. A Arena tinha a mão forte dos militares e a subserviência dos seus filiados em troca dos benefícios do poder. Enquanto o MDB era determinado pelos inconformados com o poderio da situação. Os oposicionistas.

Na nossa cidade esta situação dividia amigos e familiares, numa guerra política desastrosa e inconsequente.

Na minha infância, ficou bastante evidente esta divisão através das famílias Gomes de Barros na ARENA e os Vergeti no MDB. Isto era uma loucura! Esses Grupos faziam com que a população se dividisse e se enfrentassem no campo das discussões políticas e até no braço mesmo. Na verdade este vínculo com as famílias eram tão fortes que sobrepunha à questão ideológica.

 

A questão social ficava prejudicada por esta divisão, pois a separação da sociedade palmarina era explicita, ou seja; que estava em um lado não poderia se relacionar com o outro. As amizades e até os casamentos, era de bom gosto se fosse entre os partidários. Quem não era do mesmo partido era chamado de “CARA PRETA”.

No período das campanhas políticas era um inferno, as pessoas se tornavam inimigas. Os carros de sons que anunciavam os comícios e que vendiam o “peixe” do seu partido convidavam os correligionários para uma noite de promessas, que geralmente nunca eram cumpridas. Os comícios era o termômetro das campanhas. A quantidade de pessoas nos comícios demostrava a força e a capacidade de aglutinação e de mobilização, dos candidatos e do partido. O comício virava um grande acontecimento. Geralmente o palanque era um caminhão, que ficava carregado de gente; com alguns autofalantes amarrados em caibros, para o som alcançar a maior distância possível e o eleitor pudesse ouvir as promessas dos candidatos.

Durante o dia era uma verdadeira agonia para a população. A poluição sonora era terrível e com músicas mal arranjadas e de péssima qualidade. Em uma rua passava um carro de som com a música: “É Mano, é Mano, é Mono; é Mano sim senhor...”; na outra: “Afrânio Vergeti, candidato a prefeito, vote nele eleitor; dessa vez União toma jeito”; eles passaram pela prefeitura de União e até agora a nossa cidade continua sem jeito.

Hoje com a pluralidade partidária, na nossa cidade, ainda tem gente que nunca deixou de acompanhar seus candidatos, em troca de empregos ou benefícios destes, quando eles chegarem ao poder. Agora a troca de partido virou moda. Todos os políticos estão arrumando em jeitinho de levar vantagem com a troca partidária.

Em União, saíram “Os Caras Pretas” e hoje, a grande maioria dos políticos da nossa cidade são “Caras Pálidas”. Políticos sem ideologia, sem formação política, sem compromisso e SEM VERGONHA NA CARA.

Lembranças do passado, Por Joaquim Maria.

Leia também: 

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sábado, 13 de março de 2021

HISTÓRIAS DA POLÍTICA PALMARINA

Na política existem várias histórias verdadeiras e muitas inverídicas, mas sempre com um “fundo de verdade”.
Por Joaquim Maria


Aqui em União dos Palmares, existem e existiram as figurinhas carimbadas da política, com a sua performance (nem sempre vitoriosa) e sua maneira criativa de conseguir os votos, além da agressividade depois do fracasso na campanha eleitoral.

Era o caso de um candidato a vereador que depois de ter obtido uma quantia insignificante de votos, não podia ouvir alguém imitar o som do estouro de uma bomba ou o chamasse de “poca urna”, para que ele soltasse seus xingamentos, mesmo sendo evangélico; a quem lhe direcionasse a ofensa. O inferno era maior quando ele passava pela avenida principal, durante o finalzinho da tarde; justamente quando os estudantes saíam do dos colégios. Aí era a maior algazarra durante a passagem do nobre candidato de quase todas as eleições.

Outro candidato contumaz, que tinha uma doença respiratória que lhe fazia tossir muito; certa vez, em cima de um caminhão, em um comício; quando ele estava discursando, um garoto bem próximo do caminhão falou para sua mãe: - Olha mãe! Quem está falando é aquele vereador que só vive tossindo!  E o nobre candidato ouvindo a exclamação, fitou o pequeno e falou baixinho com a boca bem perto do microfone: - Feche o c... menino!

Aqui na cidade, além desses candidatos existem figuras que são muito importantes durante uma campanha eleitoral, pelas suas artimanhas e por alguns micos que cometeram.

Até hoje, nenhum vereador aceita chupar um confeito, antes de assumir o cargo, por conta do caso de um vereador, o mais votado, que morreu antes de assumir o mandato, devido ao suposto consumo de uma bala batizada.

Há quem diga que um candidato atirou no seu próprio carro para simular um atentado. O que ele não sabia é que algumas pessoas viram o seu gesto e a história foi por água abaixo. Fala-se na cidade que outro personagem, conhecido nesta região, servidor público; atirou na casa vazia de um candidato a prefeito, na tentativa de incriminar a outra coligação pelo suposto atentado.

Certa feita, no Povoado Rocha Cavalcante, na festa da padroeira, um famoso e folclórico político, autor da frase: -Quer me alugar a viúva?  Frase esta, dita quando o prefeito reclamou do trabalho que era administrar a prefeitura, a viúva; vinha saindo da sua casa, com uma calça de linho branco e camisa florida, com os cabelos bem penteados, lustrados com brilhantina; ao passar por baixo da roda gigante; recebeu uma saraivada de vômito, vindo do alto do brinquedo; sujando-o os cabelos e suas roupas bem passadas. 

Esta é a minha cidade e seus ilustríssimos moradores. 


sábado, 8 de fevereiro de 2020

União dos Palmares só teve prefeito ruim

Por Joaquim Maria   



Foto: Maria Mariá
Nascido há mais de quarenta
Na terra da liberdade
Nunca vi uma cidade
Que sofresse tanto assim.
E por mais de quatro décadas
O povo segura a peteca
Porque União dos Palmares
Só teve prefeito ruim!

Todos os administradores
Desde o tempo de Antenor
Sempre declararam amor
Um amor puro e sem fim
Mas fizeram muito pouco
Hoje o povo anda louco
Porque União dos Palmares
Só teve prefeito ruim.

Esíquio Correia talvez
Fossa a nossa solução
Com a caneta na mão
E o coração de marfim
Enrolou os quatro anos
Hoje o povo está sem planos
Porque União dos Palmares
Só teve prefeito ruim!

Chegando Afrânio Vergetti
O povo se alegrou
Quem gostava, até dançou
Mas foi só um estopim.
Este também enganou
Teve gente que endoidou
Porque União dos Palmares
Só teve prefeito ruim!

Logo após chegou o Mano
Querendo ser coronel
Foi mais amargo do que fel
Na nossa cidade enfim.
Só se promoveu na politica
E o povo tá tiririca
Porque União dos Palmares
Só teve prefeito ruim!

Rosiber foi outro traste
Que baixou neste terreiro
O nosso povo ordeiro
Ficou sem meio e sem fim.
Ele parecia um anjo
E nos lascou por seis anos
Porque União dos Palmares
Só teve prefeito ruim!

Dr. Iran elegeu-se
Ganhando do coronel
Depois de um grande “escassel”
Foi pior que Idi Amim.
Pois deixou o povo ao léu
Perdendo um lugar no céu
Porque União dos Palmares
Só teve prefeito ruim.

Depois veio Zé Praxedes
Com uma carinha boa
Meu irmão, minha patroa
Ele só tratava assim.
Mas foi uma grande tristeza
E só usou da esperteza
Porque União dos Palmares
Só teve prefeito ruim!

A volta de Afrânio Vergetti
Foi uma grande vitória
União se encheu de glória
Ressurgindo, outrossim,
Mas tudo se deu errado
Afrânio foi desligado
Porque União Palmares
Só teve prefeito ruim!

Zé Pedrosa assumiu
Formando um grande alarido
O povo estava aturdido
Com tanto descaso, sim.
Não terminou o mandato
A morte o levou de fato
Porque União dos Palmares
Só teve prefeito ruim!

Entrou o amigo Kil
Querendo fazer sua parte
Depois do escândalo da charque
Quase ficou sem “dindim”.
Virou caso de policia
O processo tá na justiça
Porque União dos Palmares
Só teve prefeito ruim.

Beto Baía ganhou
Com a anuência do povo
O governo tá um nojo
Só Jesus com Querubim.
Mas mesmo com todo tempo
Faz um governo nojento
Porque União dos Palmares
Só teve prefeito ruim!!!

Eduardo Pedrosa assumiu
Depois da cassação de Baía
Agora tá dando agonia
A cidade está no fim,
Para encontrar um bom sujeito
Parece ser praga e sem jeito
Porque União dos Palmares
Só teve prefeito ruim!!!

Só na próxima eleição
Podemos fazer diferente
Elegendo alguém decente
Um Thor, um Zeus, um Odin
Que tenha capacidade
De cuidar desta cidade
E União dos Palmares deixar

De só ter prefeito ruim!!!

sábado, 13 de abril de 2019

O trem que transportava e dividia as "classes sociais" em União dos Palmares

Lembranças do Passado...




Durante décadas aqui no Brasil, muita gente viajou de trem pela extinta Rede Ferroviária Federal Sociedade Anônima (RFFSA).

Aqui em União dos Palmares, o principal trecho da linha férrea ligava a capital alagoana à pernambucana; necessário ao intercambio interestadual, de estudantes e principalmente de comerciantes; pois estes procuravam as capitais para encontrara as mercadorias mais baratas e que podiam repassar aos consumidores locais com um preço melhor, preservando um lucro substancial.

Entretanto a chegada do trem na nossa estação era motivo de festa e confraternização entre as pessoas. Muitos chegavam e muitos partiam sem saber se voltariam a rever a sua terra natal. Nestes casos era grande a comoção dos familiares e amigos, porque muitas pessoas sabiam que estava vendo o seu ente querido pela última vez.

Na minha infância, viajei muitas vezes a Maceió, na companhia dos meus pais, que eram comerciantes, para adquirir mercadorias, comprarem roupas, sapatos para o uso pessoal e utensílios domésticos, no comércio da nossa capital.

Mas me recordo com saudade das viagens que fiz neste meio de transporte, porque naquela época, só havia estrada afastada, para quem morava em União e queria ir até Maceió, só a partir de Messias, na BR 101; o que tornava a nossa viagem de carro, uma grande aventura; porque tínhamos que pegar um trecho de estrada carroçável de péssima qualidade; principalmente no inverno.
Todavia a nossa viagem começava em União, onde esperávamos o trem vindo de Recife.

Antes disso, as pessoas esperavam o trem na estação, acomodados na sala de espera e até no pátio, pois este momento servia para colocar a conversa em dia; pois os passageiros eram na maioria das vezes os mesmos.

As passagens eram compradas na própria estação e o ticket era um cartão grosso de forma retangular para os adultos e para as crianças, como no meu caso; pagava-se meia passagem, o que no bilhete, diferenciava-se por causa do corte em diagonal.

A composição era formada por uma locomotiva, um ou dois vagões de carga e uns dez vagões de passageiros. Havia a primeira e a segunda classe. Na primeira classe, as poltronas eram acolchoadas, individual; lembro-me que era de cor azul e reclinável, para o conforto do usuário, pois a viagem demorava cerca de 3 horas. Na segunda classe a poltrona era feita de madeira, onde em uma única poltrona viajavam dois passageiros e sem o conforto da primeira classe. As janelas eram duplas. Na primeira parte o passageiro poderia fechar só a janela de vidro, para apreciar a paisagem da zona da mata alagoana, compreendida pelos os imensos canaviais e pelas as culturas de subsistência como mandioca, milho e feijão. A outra opção seria fechar além da janela de vidro a de madeira; para escurecer o ambiente, necessário para quem queria tirar um cochilo. Na primeira classe, os passageiros tinham a opção de comprar lanches, composto por refrigerantes, cafés, sanduiches e bolos; servidos pelos funcionários da ferrovia.

A saída de União se dava, com o toque no sino da estação e posteriormente com dois apitos agudos, dado pelo guarda ferroviárioque acompanhavam a composição. Logo após a partida havia a supervisão das passagens, feita pela equipe de cobradores, que viajavam, conferindo ou vendendo os tickets aos passageiros que porventura não tivesse comprado no guichê da estação. A conferência era feita com a perfuração das passagens, por uma espécie de alicate que os funcionários carregavam nos bolsos do seu fardamento de cor azul.

Ao longo do trajeto, havia as paradas nas estações de cada povoado e cidade por onde passava o nosso trem. Depois de União, a composição não parava; mas diminuía a velocidade na Usina Laginha, para que as pessoas pudessem embarcarno trem em movimento, coisa inconcebível para os dias de hoje; por causa da segurança. As próximas paradas eram nas cidades de Branquinha, no povoado Nincho, Murici, povoado Itamaracá, povoado Lourênço de Alburquerque, Rio Largo, Satuba, Bebedouro e finalmente Maceió.

O retorno a nossa cidade se dava por volta das 17 horas da estação de Maceió e com a chegada prevista para as 20 horas.

A viagem era um acontecimento prazeroso e ao mesmo tempo uma necessidade da época; onde os meios de transporte e principalmente as estradas asfaltados eram coisa de cidades e estados mais desenvolvidos.

Por Joaquim Maria

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

A melhor boate que União dos Palmares já teve “O CASARÃO”

Por Joaquim Maria


Foto ilustrativa
Hit Pop, Cisne, Flash Dance, Bangú, Som Brasil e tantos outros, eram os nomes de casas noturnas marcaram a noite palmarina e a vida de várias pessoas da nossa sociedade.
Uma em particular marcou a minha adolescência, a boate O Casarão. Nela desfilava partir da sexta-feira; a nata da sociedade da nossa terra. Ficava na Rua Coreia de Oliveira, onde recentemente, funcionou a Casa da Cultura.

Era um lugar muito bem frequentado pelas classes A e B de União dos Palmares. O Casarão era na verdade, como o nome já diz; uma casa grande adaptada e transformada na melhor boate da nossa cidade. Na entrada, um birô e uma cadeira serviam de bilheteria, onde o proprietário ou algum membro da família trabalhava como porteiro. Depois tinha um corredor longo, que terminava numa ampla sala onde ficava a pista de dança. Não era uma pista grande e, além disso, era margeada por cadeiras e mesas de madeira. A luz negra e o globo tornavam o ambiente muito mais agradável. Garçons vestidos a caráter, drinks servidos nos copos mais chiques da época, faziam a alegria dos freqüentadores.

As músicas de Donna Summer, John Travolta, Olívia Newton John e de Elvis Presley eram executadas por várias vezes na noite; em um aparelho de som que tocava tanto com LP quanto com fita cassete, o mais sofisticado da época. Mas não eram somente os embalos que faziam parte do imenso repertório da boate. Existiam vários momentos onde os ritmos eram distribuídos pelo discotecário, hoje DJ, dependendo de cada momento e do público. Era na base da percepção e da sensibilidade do regente. Tocava também MPB, um xote ou um forró de Luiz Gonzaga; quem não dançou bem agarradinho, na penumbra ao som do LP Década Explosiva Romântica, de canções italianas. Roberto Carlos também cavalgava na noite da boate. Rita Lee, Lulu Santos, Guilherme Arantes, 14 Bis, A Cor do Som, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Gal Costa e tantos outros nomes, tinham as suas músicas executadas na saudosa casa noturna.

O Sr. Gilvan e D. Vera eram os proprietários do estabelecimento. Ainda me lembro de Milton servindo as mesas. Era garçom nas horas vagas e eletricista de profissão.
Passei vários finais de semanas entre músicas, “amassos” e cervejas na boate O Casarão. São lembranças difíceis de apagar.

terça-feira, 2 de agosto de 2016

OS CARAS PRETAS

Lembranças do passado
Por Joaquim Maria


Quando assumiram o poder em 1964, os militares para restringir as articulações políticas da oposição, extinguiram o pluripartidarismo, em 1965, pelo ATO INSTITUCIONAL NÚMERO DOIS e ATO COMPLEMENTAR NÚMERO QUATRO, estabelecendo o Bipartidarismo no Brasil, deixando os outros partidos na ilegalidade,
Foi então que surgiram a ARENA (Aliança Renovadora Nacional) e o MDB (Movimento Democrático Brasileiro), partidos que definiam a situação e a oposição.

Em União, como em outras cidades; esses dois partidos eram muito bem divididos. A Arena tinha a mão forte dos militares e a subserviência dos seus filiados em troca dos benefícios do poder. Enquanto o MDB era determinado pelos inconformados com o poderio da situação. Os oposicionistas.

Na nossa cidade esta situação dividia amigos e familiares, numa guerra política desastrosa e inconsequente.
Na minha infância, ficou bastante evidente esta divisão através das famílias Gomes de Barros na ARENA e os Vergeti no MDB. Isto era uma loucura! Esses Grupos faziam com que a população se dividisse e se enfrentassem no campo das discussões políticas e até no braço mesmo. Na verdade este vínculo com as famílias eram tão fortes que sobrepunha à questão ideológica.

A questão social ficava prejudicada por esta divisão, pois a separação da sociedade palmarina era explicita, ou seja; que estava em um lado não poderia se relacionar com o outro. As amizades e até os casamentos, era de bom gosto se fosse entre os partidários. Quem não era do mesmo partido era chamado de “CARA PRETA”.

No período das campanhas políticas era um inferno, as pessoas se tornavam inimigas. Os carros de sons que anunciavam os comícios e que vendiam o “peixe” do seu partido convidavam os correligionários para uma noite de promessas, que geralmente nunca eram cumpridas. Os comícios era o termômetro das campanhas. A quantidade de pessoas nos comícios demostrava a força e a capacidade de aglutinação e de mobilização, dos candidatos e do partido.O comício virava um grande acontecimento. Geralmente o palanque era um caminhão, que ficava carregado de gente; com alguns autofalantes amarrados em caibros, para o som alcançar a maior distância possível e o eleitor pudesse ouvir as promessas dos candidatos. 

Durante o dia era uma verdadeira agonia para a população. A poluição sonora era terrível e com músicas mal arranjadas e de péssima qualidade. Em uma rua passava um carro de som com a música:“É Mano, é Mano, é Mono;é Mano simsenhor...”; na outra:“Afrânio Vergeti, candidato a prefeito, vote nele eleitor; dessa vez União toma jeito”;eles passaram pela prefeitura de União e até agora a nossa cidade continua sem jeito.

Hoje com a pluralidade partidária, na nossa cidade, ainda tem gente que nunca deixou de acompanhar seus candidatos, em troca de empregos ou benefícios destes, quando eles chegarem ao poder. Agora a troca de partido virou moda. Todos os políticos estão arrumando em jeitinho de levar vantagem com a troca partidária.


Em União, saíram “Os Caras Pretas” e hoje, a grande maioria dos políticos da nossa cidade são “Caras Pálidas”. Políticos sem ideologia, sem formação política, sem compromisso e SEM VERGONHA NA CARA.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Me segura senão eu caio!

Por Joaquim Maria
 
Prefeito em União é assim: Me segura senão eu caio!

Para o povo é ruim
Mas virou moda na cidade
Pois já vem de anos passados
Os prefeitos serem cassados
E o motivo: Improbidade.

Eles vivem falando assim:
desta cadeira não saio
Disse Ciço dos confeitos
A música desses prefeitos é:
Me segura senão eu caio!                                                                                   

Outro fala com arrogância
- Sou Gestor não me “atrapaio”!
Mas prefeitos de União
Vivem cantado o refrão
Me segura senão eu caio!

Quando são destituídos
Os prefeitos paraguaios
Dá-se um grande reboliço
Mas como disse seu Ciço
Me segura senão eu caio!


Meu caro Ciço dos Confeitos
Que fala mais que um papagaio
Vamos ensinar direito
Esta música aos prefeitos
Me segura senão eu caio!

sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

As atrações da feira livre

Lembranças do Passado, por Joaquim Maria



 As feiras livres do interior é o lugar onde se comercializa praticamente de tudo. Mas antigamente, além da comercialização de produtos, as feiras serviam para a apresentação dos artistas populares, que andavam pela região, executando as mais diversas formas de expressão de cultural.

O meu interesse pela cultura popular, vem justamente das feiras; porque quando eu era criança, aqui em União dos Palmares, andava a procura destas apresentações e; sempre que encontrava um artista, parava e ficava admirando a sua performance.

Você já sabia que tinha alguma apresentação, pois logo se formava uma aglomeração de pessoas para assistir ao desempenho dos artistas. Na realidade, não havia um local reservado para os shows, em qualquer lugar da feira, em meio a roupas, frutas ou legumes, ali estava alguém se apresentando.

Naturalmente o que mais me atraia eram as rimas feitas pelos violeiros, os versos lidos no folheto de Literatura de Cordel, a rapidez no pensamento ritmado dos cantadores do coco de embolada e claro, o “tarrabufado” da sanfona, com a zabumba e o triangulo, do trio de forró pé de serra.

A maioria dos trios de forró era daqui mesmo. Eu passei muito tempo acompanhando, na porta do mercado de carne, a exibição de Minhoca e Edvaldo (Ceguinho), dois dos mais exímios executores do instrumento mais nordestino de todos: A sanfona. Tendo a companhia de “Seo” José (pai do Ceguinho) Nilson Rôla, Carlinhos Varize e Mário Carniça que se revezavam na zabumba e/ou no triangulo.

Hoje ando pela feira e não vejo mais os sons harmoniosos extraídos das sanfonas, nem os versos metrificados da literatura de cordel, nem o choro lamentoso das violas e nem o trava-língua dos emboladores com seus pandeiros. Por este motivo, as feiras atualmente ficaram muito mais tristes.

domingo, 27 de dezembro de 2015

No quintal de casa, as amoras...

Lembranças do passado, por Joaquim Maria

Foto: internet

Lá pelos anos 70 do século passado, eu morava na Rua Nova, numa casa larga e comprida; com um quintal muito grande, divido com os dos vizinhos por uma cerca de varas e arame.
Neste quintal onde o meu pai criava galinhas, tinha um pé de pitomba, de poucos galhos, que fazia uma sombra na porta da cozinha e que na época da safra, dava uma pitomba pequena de pouca polpa, mas doce.

Era no tronco da pitombeira que ficava amarrado o nosso cachorro, Branch, (leia-se desse jeito mesmo), que fora assim batizado pelo meu pai. Branch era um cachorro muito forte e de muita força. Seus pelos misturados entre os tons escuro e castanho claro; eram grossos e brilhantes. Morreu de velhice.

Se não me falha a memória, tínhamos um pé de amêndoas no meio e no final do quintal, alguns pés de cana caiana. À beira da cerca, vários pés de amora se enroscavam nas varas e nos arames.
Na época nós dormíamos cedo e acordávamos muito cedo também. E era assim, juntos com o nascer do sol; que eu e minhas irmãs íamos para o fundo do quintal colher as amoras pretas e doces, ainda orvalhadas.

No período do inverno, que era bem definido, as amoras cresciam mais viçosas e suculentas, necessitando coloca-las num recipiente, para não sujar os nossos pijamas de mangas compridas feitos de flanela. As amoras eram consumidas antes de a nossa mãe colocar o café da manhã; geralmente cuscuz feito do milho ralado por ela, com o leite de gado fresquinho que teria sido comprado nas primeiras horas do dia.

Depois era só nos aprontar para ir à escola. Não faltava a comparação de qual boca estava mais vermelha, na hora de escovar os dentes. Isto era rotineiro.  Todos os dias tinha colheita de amoras, no fundo do quintal da nossa casa.

Joaquim Maria

terça-feira, 13 de outubro de 2015

DIA 13 DE OUTUBRO

Lembranças do passado...

Por Joaquim Maria


Foto: Olívia de Cáss          Lamparina, instrutor da Fanfarra do Mário Gomes

Na época que eu estudava no Colégio Santa Maria Madalena, ficava apreensivo com a proximidade do dia 13 de outubro, dia da emancipação política de União dos Palmares. Tudo isto acontecia por causa do desfile das bandas marciais dos rivais, Santa e Mário Gomes.

Os ensaios e a preparação do desfile viravam uma festa; tanto para os alunos quanto para a população da nossa cidade.
Maestro Cadenga comandava a banda do colégio Santa Maria, enquanto Lamparina era quem regia a do Ginásio Mário Gomes.

Lembro-me da torcida par ver quem saia mais bonito. Até as roupas eram guardadas as sete chaves, para que o adversário não soubesse como vinha o seu rival. Tudo em absoluto sigilo. Até os dobrados eram ensaiados exaustivamente para que tudo saísse em perfeita harmonia.

Treze de outubro era uma festa. Muitas outras bandas, das cidades circunvizinhas eram convidadas para vir abrilhantar o desfile. Meninas bonitas sempre saíam à frente da banda. Mas tudo estava voltado para os dois colégios rivais. O Santa com o seu tradicional azul e branco e o Mário com suas cores vermelha, puxando para o grená. Tradicionalmente o Mário saía mais enfeitado, às vezes com chapéus, botas e pendões; enquanto o Santa normalmente trazia na sua roupa, não muito mais do que as suas cores.

O ponto culminante da festa era na Praça Basiliano Sarmento. Era lá, onde todas as bandas se apresentavam ao grande público. Era na praça onde os melhores dobrados eram executados. Onde cada componente dava tudo de si para que a sua agremiação tivesse um desempenho satisfatório.

Não lembro se existia alguma premiação; acho que não, mas o contava mesmo, era que a apresentação das bandas saísse da melhor maneira possível. Esses desfiles eram um acontecimento histórico e sempre se comentava durante vários dias sobre quem se apresentou melhor; cada um puxando a brasa para sua sardinha.

 Hoje, com a dissolução patriótica por que está passando o nosso país, não se veem mais esses belos acontecimentos, onde com alegria e muita garra, vários estudante comemoravam com orgulho, as suas datas históricas. Nunca mais aconteceu um grande desfile na maior cidade da zona da mata alagoana. Acho que até as bandas acabaram. É triste.




sábado, 26 de setembro de 2015

MUDANÇA É PRIORIDADE

Por Joaquim Maria




Na minha pequena cidade
No interior de Alagoas
Eu vou contar numa boa
Com toda praticidade
O roteiro da política
Ao povo eu dou a dica
MUDANÇA É PRIORIDADE!
  
O atual prefeito quebrou
Com corrente, cordas e embira
Esse tal de bota e tira
Sem confiança, empacou
A cidade está na lama
E o prefeito com má fama
A investigação comprovou.

Todos querendo sentar
Na cadeira do palácio
Que hoje está um bagaço
Dá dó até em falar
Foram tantas bundas sujas
Só de lembrar nos abusa
Fico triste ao recordar.
  
Tem um que saiu recente
E agora que voltar
Dizendo que vai mudar
Vai ser tudo diferente
Tudo vai ser licitado
E com o preço adequado
Sem superfaturamento.

Um diz eu quero voltar
Forçando de todo jeito
Eu quero ser o prefeito
Eu gosto é de mandar
Eu troco chute, dou tapa
Seja na mão ou na faca
O palácio é meu lugar.

Tem outro que saiu corrido
Mas vive dizendo assim
Dessa vez, agora sim
União será servido
“Quero ver meu povo ordeiro
Fora deste cativeiro
Livre de todo castigo”

Um cabra vive pulando
Que nem galinha em poleiro
Pense num homem fuleiro
Nos partidos se encostando
Já deu vários botes errados
Hoje todos estão ligados
Sai candidato, vai esperando...

Outro fica divulgando
Seu nome ao léu, ao vento
Para ver se em algum momento
O nome acaba pegando
Dá tijolo, barro e sopa
Achando que o povo é trouxa
E na prefeitura tá pensando

Existe outro candidato
De um partido nanico
Até sozinho eu fico
Sem coligação eu acato
Sou forte como um leão
Serei prefeito de União
Estou coo povo de fato.

Se o eleitor dessa vez
Acertar num bom prefeito
Que tivesse força e jeito
Honestidade e altivez
Era possível que na cidade
Houvesse prosperidade
Quem sabe um dia, talvez...
  
Depois de tudo contado
Você não ache opção
Ore pra Deus, meu irmão
Pra que voltar ao passado?
E dê um voto certeiro
Pra que o nosso povo inteiro
Tenha o destino mudado

Sabendo da necessidade
De um candidato escolher
Para o seu voto valer
Com força e dignidade
Deixe o seu desejo expresso
Lembre dos primeiros versos
MUDANÇA É PRIORIDADE!